sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

[Artigo Traduzido] 7 coisas que você (provavelmente) não sabia sobre Elizabeth I



Elizabeth I é uma das figuras mais icônicas na história. Ela era a “Gloriosa” da Inglaterra – a rainha virgem que se viu casada com seu país e trouxe quase meio século de estabilidade depois dos curtos e tumultuosos reinados de seus irmãos.
Cabelos flamejantes, rosto alvo e ricamente vestida, Elizabeth possuía o carisma natural de seu pai, Henry VIII, e era querida pelas pessoas. Seu melhor momento foi em 1588, quando ela derrotou exércitos da Espanha, impulsionando-a em um status legendário.
Ainda assim, apesar de tudo que sabemos sobre Elizabeth, aqui estão alguns fatos que podem surpreender você:

1) Elizabeth nunca deveria ter sido rainha

Embora Elizabeth seja lembrada atualmente como uma das maiores monarcas inglesas, ela nunca deveria ter chegado perto do trono. Ela não era apenas uma menina em uma época que a linha de sucessão era favorável a meninos, mas ela tinha uma irmã mais velha, Mary. Elizabeth também foi removida da linha de sucessão quando o casamento de seus pais foi declarado inválido perante a execução de Ana Bolena e apenas foi restaurada graças a gentil intervenção de sua última madrasta, Catarina Parr.
Quando Henry VIII faleceu, porém, Elizabeth era a terceira na linha de sucessão do trono, atrás de seu irmão mais novo, Edward e sua irmã mais velha, Mary. É uma das maiores ironias da história que Henry VIII tenha sido tão obcecado com um filho homem e seu único menino tenha reinado por apenas seis anos, morrendo de tuberculose aos 15 anos de idade. A segunda na sucessão, Mary, também não se saiu muito bem como rainha. Seu breve e catastrófico reinado acabou após cinco anos. Era a vez de Elizabeth mostrá-los como deveria ser feito.

2) Elizabeth era apegada à sua mãe

Existe um comum equívoco que Elizabeth pensava pouco em sua malfadada mãe, Ana Bolena. O fato de que ela raramente falava dela e guardava todas as suas orações para seu pai adorado, Henry VIII, frequentemente levou todos à conclusão de que ela se sentia vergonha de Ana. Mas pelo contrário: Tudo isso apenas prova o quão pragmática Elizabeth era. Ela não desejava alienar seus súditos por expressar abertamente seu amor para a mulher que ainda era injuriada como “A Grande Prostituta”. Ao invés disso, Elizabeth escolheu formas mais sutis de demonstrar sua afeição. Por exemplo, quando posou para um retrato em sua adolescência, ela usou o famoso pingente “A” de sua mãe em um colar em seu pescoço – um golpe audacioso que teria deixado-a em águas tempestuosas caso seu pai a tivesse flagrado.
Como rainha, Elizabeth certificou-se que todos os parentes de sua mãe fossem promovidos à melhores posições na corte e ela até mesmo chegou a usar um colar, na qual o pingente continha uma miniatura de um retrato de sua mãe atrás de seu próprio retrato.

3) Elizabeth gostava de dar apelidos aos seus cortesãos

Elizabeth era famosa por flertar como sua mãe, Ana Bolena. Ela amava estar cercada pelos homens mais belos da corte e também gostava de ser entretida por vários príncipes estrangeiros, todos esperando por sua mão em casamento. Ela usou sua feminilidade para trazer uma corte dominada por homens de joelhos aos seus pés e dar apelidos brincalhões aos seus favoritos. Seu ministro-chefe, Burghley, era chamado de seu “espírito", e seu suposto amante, Robert Dudley, Conde de Leicester, foi seus “olhos”. E de uma forma mais insolente, ela chamava François, Duque de Anjou, de seu “sapo”.

4) Elizabeth usou táticas sujas para ofuscar suas rivais

Elizabeth era a abelha da rainha da corte. Mas, ainda que no início de seu reinado ela tivesse sido a noiva mais desejada na Europa, seus encantos físicos passaram a ficar esquecidos em meio às suas táticas sujas para garantir que ela tinha todas as atenções masculinas para si mesma.  Assim, enquanto Elizabeth aparecia na corte enfeitada por vestidos luxuosos, de tecidos ricos e cores vivas, suas damas eram obrigadas apenas a vestir branco ou preto. Não importava o quanto elas fossem atraentes, deveriam se colocar em seu lugar para que todos os olhos fossem postos apenas na estrela do show. Para testar o efeito que esse ato criou, uma vez a rainha perguntou a um nobre visitante francês o que ele achou de suas damas. O homem imediatamente protestou que ele não poderia “julgar as estrelas sob a presença do Sol”. E esta era exatamente a resposta que Elizabeth queria ouvir.

5)  Elizabeth I demorava mais tempo para se arrumar que qualquer outro monarca

Elizabeth era sempre perfeccionista com sua aparência, mas o ritual de vestir a rainha tornou-se cada vez mais elaborado conforme a idade ia chegando para ela: levava quatro horas por dia para que suas damas terminassem o ritual de vestir e despir a rainha.
Ela originalmente usava perucas que combinavam com seu próprio cabelo, mas quando envelheceu, estas eram utilizadas para esconder seus cabelos grisalhos. Ao mesmo tempo, nunca foi tão aplicado em uma rainha tantas camadas de maquiagem para completar a tão conhecida “máscara da juventude”. Seu rosto, pescoço e mãos eram pintados com ceruse (uma mistura de chumbo branco e vinagre); seus lábios eram pintados com uma pasta vermelha feita de cera de abelha e plantas e seus olhos eram delineados com Kohl.
Ironicamente, a maioria desses cosméticos faziam mais danos à pele que a idade poderia ter feito. Ceruse era particularmente corrosivo e um contemporâneo da época observou com desagrado: “Aquelas mulheres que usam isso em seus rostos se tornam rapidamente enrugadas e grisalhas porque esses rapidamente secam a humidade natural de sua pele”. Mas, Elizabeth insistia em continuar com esse e outros cosméticos perigosos e só deixava algumas das suas damais mais confiáveis ver sua pele de forma natural.Quando o famoso Conde de Essex entrou em seu quarto antes de Elizabeth estar totalmente vestida e maquiada, ele ficou tão chocado sobre sua aparência abatida que secretamente apelidou-a de “carcaça torta” para seus amigos. Elizabeth descobriu e diz-se que ela cortou sua cabeça como vingança – embora sua rebelião contra ela [em Fevereiro de 1601] provavelmente teve algo a ver com sua morte também.

6) Elizabeth pode ter sido um homem (!)

Embora ela tenha ficado conhecida na história como “A Rainha Virgem”, era altamente esperado que Elizabeth se casasse. Mas como ela continuou a resistir a pressão de seus conselheiros em escolher um marido, rumores começaram a circular de que existia uma razão secreta por trás de sua decisão de não se casar.
Um dos mais populares era que Elizabeth tinha algum “problema feminino” que a impedia de conceber herdeiros. Este ganhou tanta repercussão que um embaixador estrangeiro chegou a subornar as lavadeiras da rainha para que observassem o estado de seus lençóis para descobrir se seu ciclo menstrual era normal.
Já o outro rumor era extremamente o oposto. Existia uma teoria de que o motivo real para que Elizabeth não se casasse era de que ela era, na verdade, um homem. De acordo com a história de “Bisley Boy”, a verdadeira Elizabeth morreu quando ainda era menina e foi substituída pela única criança ruiva que foi encontrada. O fato de que ele era um menino foi inconveniente, mas ele passou o resto de sua vida se vestindo como uma mulher para continuar com a pretensão.
A teoria de Bisley Boy foi a mais duradoura e que se difamou, ainda que não tivesse nenhuma evidência que comprovasse sua veracidade.

7) Elizabeth é uma estrela do cinema!

Elizabeth tem sido retratada mais frequentemente em filmes e na televisão que qualquer outro monarca britânico. Primeiro foi representada por Sarah Bernhardt em Les Amours de la Reine Elisabeth (1912), depois Bette Davis interpretou-a por duas vezes – primeiramente em The Private Lives of Elizabeth and Essex (1939) e depois novamente em The Virgin Queen (1955).
Muitas outras atrizes vieram depois, incluindo a icônica representação feita por Glenda Jackson na série televisiva da BBC Elizabeth R (1971). Talvez inspirado pela lenda de Bisley Boy, um homem foi uma vez selecionado para interpretá-la em 1992. Mais recentemente, Cate Blanchett nos deu uma distinta e não virginal Elizabeth nos filmes de 1998 e 2007, enquanto Judi Dench ganhou um Oscar por seu breve, mas brilhante papel em Shakespeare in Love (1998). Helen Mirren assumiu o papel com desenvoltura na minissérie de tv Elizabeth I, em 2005. O viajante do tempo Doctor Who também esbarrou na Rainha Elizabeth I nos episódios exibidos em 1965 e 2007.

*Artigo traduzido por Dinastias Inglesas, postado originalmente no site History Extra sob autoria de Tracy Bordman.

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