sábado, 31 de dezembro de 2016
[Séries] Reign - 3° temporada
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
[Hoje na História] Coroação de Mary da Escócia
No dia 09 de setembro de 1543, Mary Stuart era coroada Rainha da Escócia. Tinha apenas seis dias de vida quando seu pai, James V, o Rei da Escócia, faleceu, deixando apenas Mary como única herdeira legítima. Foi enviada para a França ainda criança, sob o contrato de noivado com o Delfim da França, Francis e lá viveu por toda a sua infância, deixando o país a ser governado pelos regentes, até seu breve casamento, pois não tardou a ficar viúva e retornar para a Escócia, para iniciar sua saga de casamentos problemáticos e a pretensão ao trono inglês que à tornou uma mártir nas mãos de sua prima, Elizabeth I.
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[Artigo Traduzido] Quanto Elizabeth I gastava em seus vestidos?
É quase impossível traduzir a quantidade de dinheiro investida nas roupas Elizabetanas em dinheiro moderno, pois representaria muito mais do que alguém iria gastar nos dias de hoje.
A fabricação era muito cara e, na maioria dos casos, parada na metade - existiam regras claras ditando quais as formas de fabricação, e até mesmo cores que poderiam ser vestidas por ela.
Ainda que ela tivesse muitas roupas, Elizabeth não gastava com muita frequência. Pelo contrário, seus súditos que a presenteavam com luvas, mangas, rufos (adornos de tecido para o pescoço que a Rainha usava), jóias e tecidos caros. Da mesma forma que era comum para Elizabeth receber tais luxuosos presentes, também era comum dar roupas - pagando suas damas de companhia com seu guarda-roupa ao invés de com sua carteira.
O Ano Novo era uma época especial de doação para os membros da corte de Elizabeth, que disputavam por atenção com presentes bem chamativos. Em um ano, ela aumentou a aposta após receber meias de seda. Ela declarou que gostara tanto delas, que nunca usaria as de algodão novamente.
A sugestão foi feita.
Um inventário do ano de 1600 contou cerca de 2,000 vestidos no guarda-roupa Real de Elizabeth, contendo sedas importadas, peles e bordados, decorados com pedras preciosas, ouro e fios de prata.
*O artigo original pode ser lido no site History Extra.
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quarta-feira, 7 de setembro de 2016
[Hoje na História] Nascimento de Elizabeth I
Em 7 de Setembro de 1533, a lendária Ana Bolena dava à luz ao primeiro fruto de seu casamento com Henrique VIII, e, para a decepção de todos que esperavam um príncipe, era uma menina, que foi chamada de Elizabeth Tudor. Mas, o que ninguém imaginava, era que essa princesa, que era vista como ilegítima por muitos devido às polêmicas do casamento entre Ana Bolena e o rei, se tornaria uma das mais famosas e adoradas monarcas que a Inglaterra teria.
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sexta-feira, 2 de setembro de 2016
20 Curiosidades sobre o Período Tudor
*O texto pertence à Camila Maréga e foi retirado de um grupo sobre a Dinastia Tudor.
1- A Inglaterra no reinado de Elizabeth I, estava longe de ser uma
potência européia. Ela só virou potência após o final do século XVII.
2- Maria I em sua juventude, fora considerada muito bela. Após os anos e
com vários males de saúde, naturalmente fora ficando menos bonita,
assim como Elizabeth I, que no fim de sua vida, contava com descrições
suas nada elogiosas, feitas por embaixadores estrangeiros e cortesãos.
3- O período Tudor não é só sobre Ana Bolena e Elizabeth I. Sinto dizer...
4- Ana Bolena não é a única esposa de Henrique VIII e nem a mais
importante (pois esse tipo de classificação, sequer deveria ser feita).
Sinto muito²...
5- A Armada Espanhola não foi derrotada graças aos ingleses e sim, graças a uma infinidade de fatalidades, entre elas, o clima.
Uma medalha inglesa cunhada na época para homenagear à vitória, dizia: ''Deus soprou e eles foram dispersos”. Filipe II não culpou os espanhóis pela derrota, ele mesmo disse: ”Eu te mandei para a guerra contra homens e não contra ventos e ondas”.
Uma medalha inglesa cunhada na época para homenagear à vitória, dizia: ''Deus soprou e eles foram dispersos”. Filipe II não culpou os espanhóis pela derrota, ele mesmo disse: ”Eu te mandei para a guerra contra homens e não contra ventos e ondas”.
6- Maria I era tão
sanguinária quanto Elizabeth I ou qualquer monarca de seu período. Em
seu reinado, Henrique VIII executou cerca de 70 mil pessoas, e Maria,
cerca de 200 pessoas (número bem próximo ao de Elizabeth I).
7-
Henrique VIII só foi considerado obeso e pouco atraente, no final de sua
vida. Antes disso, ele tinha a fama de ser um dos mais belos príncipes
da Europa. Com quase 1.90 de altura, bela voz, porte atlético, cabelos
ruivos, pele clara e olhos azuis, ele destacava-se por onde passava.
8 - Henrique VII não era um monarca avarento. Ele era um monarca do
pós-guerra, portanto, enfrentando contenção de gastos e choque nos
cofres reais. Registros das contas reais de seu reinado, mostram que ele
era um monarca que preocupava-se com seus súditos e família. Sua esposa
inclusive, fazia altas doações em dinheiro, para vários conventos e
plebeus.
9- Henrique VIII não rompeu com Roma apenas para
desposar Ana Bolena, existiam inúmeros conflitos entre a Inglaterra e a
igreja, desde meados do século XIV.
10- Henrique VIII nunca falou
que Ana de Cleves não era parecida com seu retrato, ou que ela era
feia. Escritores e pesquisadores posteriores sugeriram isso. Ela foi
considerada uma mulher bonita, que faria sucesso na indústria do
casamento. Henrique VIII nunca criticou Holbein quanto a veracidade de
seu retrato e sim, seus embaixadores, por realizarem um casamento que
ele não desejava.
11- Eduardo VI e Maria I, não foram adoentados.
Em um modo geral, foram muito saudáveis, até serem acometidos por males
no fim de suas vidas; todos estavam sujeitos a isso.
12 -
Elizabeth I tinha registros médicos muito mais extensos que os de seus
irmãos, sofrendo frequentemente de gastrites, inchaços corporais, falta
de fome e sono, crises de ansiedade, alterações de humor e etc.
13- Antes de ficar conhecido por ser um católico fervoroso (boato
espalhado especialmente por protestantes), Thomas More foi um dos
maiores pensadores de seu período e grande amigo de Erasmo de Rotterdam.
14- A propaganda da Era de Ouro Tudor, não surgiu no reinado de
Elizabeth I, e sim no de Henrique VII, para comemorar o fim da guerra
dos primos, também conhecida como Guerra das Rosas. Elizabeth apenas
apropriou-se de tal propaganda, como sempre fazia.
15 - O casamento de Henrique com Jane Seymour, foi um sintoma e produto da queda de Ana, e não sua causa.
16 - Henrique VIII era reformador político e não ideológico. Ele morreu do mesmo modo que viveu: sendo um católico.
17 - Eduardo VI era considerado muito inteligente e um político nato,
muito diferente do garoto doente e incapaz de reinar, que pintam por aí.
18 - Ricardo III não fora um monarca tirano e cruel como muitos
amam falar. Contas do período mostram que ele preocupava-se com sua
esposa e família. Não há registros que ele tenha se envolvido com sua
sobrinha, Elizabeth de York, ou provas concretas de que ele tenha matado
seus sobrinhos. Existem apenas conjectura, uma vez que não sabe-se quem
foi/foram o(s) verdadeiro(s) assassino(s)
19 - A ÚNICA esposa de
Henrique VIII com comprovados ideais protestantes, foi Catarina Parr.
Ao morrer, segundo sua vontade, seu funeral foi realizado de acordo com
os ritos protestantes. Este seria o primeiro funeral protestante
realizado em solo Inglês.
20 - Ana de Cleves não era ''Égua de
Flanders'', apelido popularizado no Brasil como ''cara de cavalo''. Tal
apelido é apócrifo. O termo “Flanders Mare”, ou égua de Flanders, foi um
apelido criado por um cronista em meados do século XVII; o próprio
Henrique VIII, nunca referiu-se à Ana de tal modo. O responsável por tal
infame apelido, o Bispo Gilbert Burnet, (nascido em 1643) nunca
conheceu Ana em vida, tampouco Henrique VIII.
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quarta-feira, 6 de julho de 2016
[Hoje na História] Morte de Henry II
Em 06 de Julho de 1189 faleceu Henrique II, de úlcera péptica. Após um reinado conturbado, deixou a Inglaterra nas mãos do filho, Ricardo Coração de Leão. Confira aqui um post anterior sobre este rei feito anteriormente pelo Dinastias Inglesas.
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domingo, 3 de julho de 2016
[Foto do Dia] The Tudors
quinta-feira, 26 de maio de 2016
[Hoje na História] Coroação de Elizabeth de Woodville
No dia 20 de Maio de 1465, Elizabeth Woodville era coroada Rainha consorte da Inglaterra, contra a vontade de muitos nobres. Não é possível dizer ao certo como ocorreu o envolvimento entre a jovem viúva e Edward IV, recém coroado Rei da Inglaterra da Casa de York, após deportar Henry VI, da Casa de Lancaster na primeira fase da Guerra das Rosas, entretanto, a lenda mais comentada seria de que, tendo ficado viúva de Sir John Grey, que morreu lutando pelos Lancaster contra a rebelião dos York, esta teria armado de encontrar-se com Edward IV enquanto ele cavalgava próximo à região da casa de sua família, para, então, implorar pelas terras do marido de volta. Reza a lenda que Edward IV apaixonou-se por Elizabeth, que não se entregou de bandeja como qualquer moça que fosse solicitada na cama de um rei faria e, provavelmente em 1° de Maio, o rei casou-se secretamente com a moça, apresentando-a como esposa apenas um tempo depois, para a infelicidade de Richard Neville, Conde de Warwick e braço direito de Edward, que estava negociando um casamento com uma princesa francesa, o que seria uma forte aliança para fortalecê-lo no trono da Inglaterra. Elizabeth ficou conhecida como "A Rainha Branca" por sua beleza e também surgiram boatos de que seria uma feiticeira, tendo em vista que Edward de York colocou a Inglaterra em risco casando-se com uma pobre viúva inglesa que não traria benefícios como uma aliança com a França traria naquele momento. Seja como for, a história dos dois é lembrada até os dias de hoje e Elizabeth, além de ter tido dois filhos com seu primeiro marido, deu a Edward IV mais dez crianças, dentre elas, a mais velha foi uma menina também chamada de Elizabeth, que futuramente viria a ser a peça chave para selar a paz da Inglaterra com o final da Guerra das Rosas, casando-se com Henry Tudor e iniciando a Dinastia Tudor através de sua prole, tal como Edward V e Richard, os dois meninos que ficaram conhecidos como "Os príncipes da Torre", vítimas de seu tio, Richard III quando tomou o poder.
quarta-feira, 25 de maio de 2016
[Hoje na História] Casamento de Lady Jane Grey e Guildford Dudley
Mais um dia um tanto quanto triste na história da Inglaterra, quando Lady Jane Grey, sobrinha de Henry VIII e prima de seu sucessor, Edward VI, é obrigada pela família a se casar com Guildford Dudley, filho do Lorde Protetor do reino para que, depois, pudesse dar o golpe no trono da Inglaterra, que seria de direito de Mary Tudor, que não era bem vista como sucessora por ser católica, tendo em vista que a Inglaterra havia se declarado independente de Roma e instaurado a religião protestante ainda no reinado de Henry VIII.
terça-feira, 24 de maio de 2016
[Curiosidades] Provável castelo em que Elizabeth Woodville viveu no século XV
As fotos abaixo são de Astley Castle, as ruínas de uma magnífica casa do século 13, que acredita-se ter sido moradia da famosa Rainha Branca, Elizabeth Woodville, quando foi casada com seu primeiro marido, Sir John Grey. Quando este morreu em combate lutando pelos Lancaster, o castelo tornou-se propriedade da coroa, mais tarde, sendo devolvido à Elizabeth quando esta conhece Edward IV, que então à faria rainha da Inglaterra. O castelo também é associado à Elizabeth de York, filha de Elizabeth Woodville e Edward IV, matriarca da Dinastia Tudor. Ele ganhou um prêmio importante de arquitetura após ter sido inovado e restaurado como uma bela mansão em seu interior. O castelo de Astley estava desativado desde 1978, quando era um hotel e acabou pegando fogo. É ou não um belo lugar para se passar uma noite ao estilo medieval moderno?
[Foto do dia] The White Queen
A maravilhosa Rebecca Ferguson, como Lady Elizabeth Grey (ou Woodville, antes de se tornar uma das mais admiradas rainhas que a Inglaterra já teve ao se casar com Edward IV) na série da BBC The White Queen.
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domingo, 22 de maio de 2016
[Artigos] O Reinado de Henry VI - O Último Lancaster
*O texto a seguir é um fragmento de meu trabalho de conclusão de curso, finalizado em Dezembro de 2015, sendo de minha total autoria.
O Reinado de Henry VI - O Último Lancaster
(Capitúlo 2.3, por Betina Gonçales)
Henry VI na série de TV The White Queen, da BBC. |
Henry VI foi filho de Henry V com Catarina de Valois, princesa da França, o
que o tornava neto de Henry Bolingbroke. Ele ficou conhecido como O Usurpador, por ter deposto seu primo, o último rei Plantageneta, Richard II, do poder e iniciado a Dinastia de Lancaster, na Inglaterra. Henry VI tornou-se rei da Inglaterra quando ainda era um bebê, aos nove meses de idade, e, uns meses mais tarde, também virou o rei da França, o que não foi aceito pelos franceses, que coroaram Charles VII como seu rei, deixando de lado o pequeno Henry. Seu tio, John, Duque de Bedford, foi seu regente até ele atingir a maioridade.
Em seu reinado teve fim a Guerra dos Cem Anos, deixando a Inglaterra um tanto quanto abalada com sua derrota. Henry VI não era um rei muito seguro e vivia sob a influência de seu conselho. Mais tarde, quando se casou, sua esposa, Margaret de Anjou, uma mulher extremamente ambiciosa, também exerceu grande poder sobre o marido, governando lado a lado, para não deixar claro que ela tomava as decisões sobre o reino.
Quando o rei começou a apresentar sintomas de insanidade mental, os nobres já estavam preocupados com o destino da Inglaterra, assim como não estavam contentes em uma mulher tomar todas as decisões e estar envolvida com as políticas do país, enquanto o marido não contestava:
Ele tornou-se completamente impotente, sem juízo e sem noção do mundo ao seu redor, ao ponto de vazio total. Ele não reconhecia ninguém . Ele não podia falar ou responder as questões de nenhuma forma. Ele não podia se alimentar, nem mesmo limpar a si mesmo, por não ter mais o controle de seus braços ou pernas e ainda nem podia manter sua cabeça erguida. Ele não tinha nenhuma noção do tempo. Nenhum médico poderia despertá-lo. Nenhum medicamento podia estimulá-lo. Seu avô, Carlos VI da França, também tinha sofrido numerosos ataques de loucura, mas, ao passo que a loucura de Charles o levou a gritar de dor, esfregar-se em seu próprio lixo e correr demente através dos palácios reais, Henry era simplesmente mudo e inerte: realmente um nada (JONES, 2014, p. 237)
Com isso, iniciou-se uma conspiração contra o rei, liderada por Richard de York, que foi escolhido regente de Rei Henry, tendo em vista a impossibilidade deste de tomar qualquer tipo de decisão. Margaret de Anjou, que estava grávida, deu à luz a um menino naquele ano de 1453, em outubro, nasceu o Príncipe de Gales, mais conhecido como Edward de Westminster, por ter nascido no Palácio de Westminster, tornando-se o primogênito do rei e herdeiro da coroa. Existiam boatos naquela época de que Edward era um bastardo, ou seja, filho ilegítimo de Margaret de Anjou com um amante, logo que acreditavam ser o rei incapaz de gerar um herdeiro devido às suas doenças nervosas. Entretanto, ninguém jamais comprovou tal boato porque Margaret, apesar de todos os seus defeitos visíveis, nunca foi vista com amantes, nem deixou claro que possuía algum naquela época. Tão pouco Henry VI se importou com isso, não deixando de reconhecê-lo como seu único e verdadeiro herdeiro. Entretanto, os York estavam decididos em declarar o Príncipe Edward como filho ilegítimo e assumir o poder de regência com a loucura do rei e, mais tarde, quando esse falecesse, assumissem o poder pelo fato de o rei não possuir herdeiros, como antes já havia acontecido na história dos Plantagenetas, quando Henry Bolingbroke roubou a coroa dos Plantagenetas e iniciou a dinastia Lancaster. O fato de o príncipe de Gales ser possivelmente um herdeiro Lancaster legítimo ao trono não impediu que os York continuassem conspirando contra o rei e, mais tarde, dessem o golpe que o tiraria do poder e desencadearia a guerra civil que ficou conhecida como A Guerra das Rosas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARPENTER, Christina. The Wars of the Roses: Politics and Constitution in
England, C.1487–1589. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
FUNCK, Élvio. Breve história da Inglaterra. Porto Alegre: Editora Movimento, 2012.
HICKS, Michael. The Wars of the Roses (1455–1485). Wellingborough: Osprey
Publishing, 2003.
JONES, Dan. The Plantagenets: The kings who made England. New York:
Penguin Group, 2014.
______. The Wars of the Roses: The of the Plantagenets and the rise of the
Tudors. New York: Penguin Group, 2014.
WEIR, Alison. Lancaster and York. New York: The Random House Publishing
Group, 1995.
[Hoje na História] Morte de Henry VI
Em 21 ou 22 de Maio de 1471 falecia Henry VI, o último rei Lancaster. A maior parte de seu reinado foi tumultuada e cheia de conflitos devido ao acontecimento da Guerra das Rosas, onde os membros da Casa de York lutavam pelo trono que pertencia à Casa de Lancaster. Após Edward York tomar-lhe o trono de vez em 04 de Maio de 1471 e coroar-se Edward IV, ordenou que Henry fosse executado para que não houvessem mais disputas de poder.
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sábado, 21 de maio de 2016
[Vídeo do Dia] Rainha Elizabeth menciona Ana Bolena em Reign
O vídeo foi ao ar no episódio 3x14 de Reign, série exibida pela Warner sobre Mary, rainha da Escócia.
sexta-feira, 20 de maio de 2016
[Hoje na História] Noivado de Henry VIII com Jane Seymour
No dia 20 de Maio de 1536, um dia após a decapitação da rainha Ana Bolena, Henry VIII realiza oficialmente seu noivado com Jane Seymour. Segundo relatos da época, a terceira esposa do rei foi a que ele mais amou. Talvez esse amor todo era comum em uma relação que durou pouco tempo ou teria esse amor vindo do fato de ela ter sido a primeira que lhe deu um filho homem, de fato?
quinta-feira, 19 de maio de 2016
As últimas palavras de Ana Bolena:
“Good Christian people, I am come hither to die, for according to the law, and by the law I am judged to die, and therefore I will speak nothing against it. I am come hither to accuse no man, nor to speak anything of that, whereof I am accused and condemned to die, but I pray God save the king and send him long to reign over you, for a gentler nor a more merciful prince was there never: and to me he was ever a good, a gentle and sovereign lord. And if any person will meddle of my cause, I require them to judge the best. And thus I take my leave of the world and of you all, and I heartily desire you all to pray for me. O Lord have mercy on me, to God I commend my soul.”
"Meu bom povo cristão, aqui estou eu para morrer, de acordo com a lei, e pela lei eu sou julgada à morte, e por conseguinte eu não falarei nada contra isso. Eu não vim aqui para acusar nenhum homem, nem para falar nada disso, do qual eu sou acusada e condenada à morte, mas eu rezo para que Deus abençoe o rei e o envie um longo reinado para vocês, jamais houve príncipe mais misericordidoso ou gentil: e para mim, ele sempre foi um bom, gentil e soberano senhor. E se alguma pessoa intrometer-se por minha causa, eu peço que o julgue melhor. E assim que eu me despedir deste mundo e de todos vocês, eu peço de coração que vocês todos rezem por mim. Oh, Senhor, tenha misericórdia de mim. Para Deus, eu entrego minha alma."
Linha do tempo: A ascensão e a queda de Ana Bolena
1501 (ou possivelmente 1507): O nascimento
Anne nasceu em Blickling, Norfolk, de Thomas Bolena e sua esposa, Elizabeth (filha de Thomas Howard, mais tarde o segundo Duque de Norfolk). Historiadores debatem a data em que Ana nasceu, se foi em 1501 ou 1507; o primeiro ano é o mais plausível.
1513: O primeiro posto
Ana foi nomeada dama de honra na corte de Margaret, arqueduquesa da Austria. Mais tarde, ela a deixa para servir Mary, rainha da França, esposa de Louis XII (e irmã de Henry VIII). Depois da morte de Louis, Ana permanece na corte da nova rainha da França, Claude, por sete anos.
1521: A repatriação
Ana é chamada para a Inglaterra por seu pai.
Primeiro de Março de 1522: A aparição na corte
Ana faz sua primeira memorável aparição na corte de Henry VIII, interpretando o papel de Perseverança em um concurso de Shrove Tuesday. Naquela época, Henry estava tendo um caso com a irmã de Ana, Mary.
1526: O objeto de amor
Henry VIII se apaixona por Ana. Uma carta dele, datada de 1527, demonstra que por mais de um ano Henry tem sido “atingido por um dardo de amor” e pede para Ana “dar seu corpo e coração para ele”.
1532/33: O casamento real
Ana se casa com Henry. O casamento oficial acontece em Janeiro de 1533, mas eles provavelmente se casaram em secredo em Dover, em Outubro de 1532. O casamento de Henry com Catarina de Aragão não foi anulado até Maio 1533.
7 de Setembro de 1533: O nascimento
Ana dá a luz à sua filha, Elizabeth.
29 de Janeiro de 1536: O aborto
Ana perde um bebê do sexo masculino.
2 de Maio de 1536: As acusações
Ana é presa e levada para a Torre, junto com ela, seu irmão, George Bolena também é levado.
19 de Maio de 1536: A execução
Ana tem a cabeça cortada em Tower Green, dentro da Torre de Londres.
Traduzido por Dinastias Inglesas. Pode ser lido originalmente em History Extra.
[Artigos Traduzidos] Por que Ana Bolena teve que morrer?
Foi ela
enredada por uma conspiração, a vítima de sua própria língua solta, ou apenas
culpada da acusação? Suzannah Lipscomb tenta desenterrar o real motivo de Henry
VIII ter enviado sua segunda esposa, Ana Bolena, para o bloco.
*Este artigo foi primeiramente publicado em Abril
de 2013 pela BBC History Magazine
A mais famosa representação de Ana Bolena. Existem várias reproduções deste retrato glamuroso, na qual ela usa o famoso colar de B. Ele data de 50 à 60 anos depois da morte de Ana, embora pode ser derivado de um retrato, agora perdido, produzido durante sua vida. (Copyright NPG)
Na manhã de 19 de Maio de 1536, Ana Bolena escalou o andaime erguido em Tower Green , dentro das paredes da Torre de Londres. Ela fez um discurso elogiando a bondade e a misericórdia do rei, pediu para os que estavam reunidos que orassem por ela . Então, tirou o fino vestido e ajoelhou-se - e o caro carrasco francês que Henry VIII tinha contratado balançou sua espada e " dividiu seu pescoço em um golpe ".
Sua morte é tão familiar para nós que é difícil imaginar o quanto pode ter sido chocante: a rainha da Inglaterra executada sob acusação de adultério, incesto e conspiração para a morte do rei. E não apenas qualquer rainha: essa era a mulher pelo qual Henry VIII abandonou sua esposa de quase 24 anos de casamento, esperou 7 longos anos para se casar, e até mesmo rebelou-se contra a Igreja e religião de seu próprio país. Ainda, apenas três anos depois sua cabeça foi decapitada - e a razão de sua morte continua sendo um dos grandes mistérios da história da Inglaterra.
Até os dias de hoje, historiadores não conseguem concordar sobre o por quê de ela ter que morrer. O relacionamento de Henry e Ana declinou de forma tão terminal que foi necessário com que Henry inventasse acusações contra sua esposa? Foi Thomas Cromwell o responsável pela morte de Ana? Ou ela era apenas culpada das acusações colocadas sobre ela? As evidências são limitadas - mas existem suficientes para dividir opiniões e apoiar diversas conclusões.
Existe um número de fatos indisputados em relação à queda de Ana. No domingo de 30 de Abril de 1536, Mark Smeaton, um músico da corte da rainha, foi preso; ele foi interrogado na casa de Cromwell, em Stepney. Na mesma noite o rei teria adiado uma viagem com Ana para Calais, planejada para 02 de Maio.
No dia seguinte, Primeiro de Maio, Smeaton foi transferido para a Torre. Henry participou das justas de Primeiro de Maio, em Greenwich mas deixou abruptamente seu cavalo com um pequeno grupo de amigos íntimos. Estes incluíam Sir Henry Norris, um servo pessoal do rei e um de seus amigos mais próximos, na qual ele questionou durante a jornada. Ao amanhecer do outro dia, Norris foi levado para a Torre. Ana e seu irmão George, Lord Rochford, também foram presos.
Em 04 e 05 de Maio, mais cortesãos da câmara privada do rei – William Brereton, Richard Page, Francis Weston, Thomas Wyatt e Francis Bryan – foram presos. O último foi questionado e solto, mas os outros foram aprisionados na Torre. Em 10 de Maio, um grande júri indiciou todos os acusados, além de Page e Wyatt. Em 12 de Maio, Smeaton, Brereton, Weston e Norris foram julgados e condenados culpados. Em 15 de Maio, Ana e George foram julgados dentro da Torre por uma corte de 26 pares presidida pelo seu tio, Duqye de Norfolk. Os dois foram julgados culpados de alta traição. Em 17 de Maio, o Arcebispo Thomas Cranmer declarou o casamento de Henry e Ana como nulo, e até o dia 19 de Maio, todos os seis foram executados. Mais tarde, naquele dia, Cranmer emitiu uma dispensa, permitindo com que Henry e Jane Seymour se casassem; eles noivaram em 20 de Maio e se casaram dez dias depois.
O que poderia explicar essa rápida e surpreendente reviravolta nos eventos? A primeira teoria, argumentada por GW Bernard, biógrafo e estudioso dos Bolena, é simplesmente que Ana era culpada das acusações contra ela. Ainda que ele esteja equivocado, sugerindo o veredicto jurídico escocês de 'não provado' – ele conclui que, apesar de as evidências serem insuficientes para provar que Ana e aqueles que foram acusados com ela eram culpados, também não existe nada que prove sua inocência.
A culpa de Ana era, naturalmente, a linha oficial. Escrevendo para o bispo de Winchester, Stephen Gardiner, Cromwell afirma com certeza que – antes do julgamento de Ana – que “a forma de viver inconstante da rainha era tão patente e comum que as damas de sua câmara privada não podiam guardar segredo sobre isso." A peça chave de evidência era, sem dúvidas, a confissão do primeiro homem acusado, Smeaton, dizendo que ele havia tido relações sexuais com a rainha três vezes. Embora isso provavelmente foi obtido através de tortura (as contas variam), ele nunca retratou sua confissão. Pelo contrário, ela foi tomada como verdade e isso catapultou a investigação para um diferente e mais sério nível. Todas as evidências foram estragadas com uma pressuposição de culpa. Henry VIII questionou intimamente Norris, prometendo-o “perdão, caso ele proferisse a verdade", o que deve ser entendido assim: o que quer que Norris tenha dito, ou se recusou a dizer, isso reforçou a convicção de Henry sobre sua culpa.
Outra evidência sobre a culpa de Ana não é clara - os documentos de julgamento não sobreviverem. Sua acusação, entretanto, frases que diziam que Ana “foi falsa e traidora, adquirindo por conversas e beijos, toques, presentes e outras incitações infames, investigando os servos diários e familiares ao rei para se tornarem seus adúlteros e concubinos, de modo que vários cederam às suas provocações infâmes”. Ela também, segundo a acusação, “procurou e incitou seu próprio irmão de sangue... a violá-la, seduzindo-a com sua própria língua na boca de George e a de George em sua boca." Ainda, como outro biógrafo dos Bolena, Eric Ives, notou, três quartos das acusações específicas podem ser desacreditadas, mesmo 500 anos depois.
Legítima e verdadeira esposa
Certamente, Ana manteve sua inocência. Durante seu aprisionamento, Sir William Kingston, guarda da Torre, reportou as declarações de Ana para Cromwell. Sua primeira carta detalha a ardente declaração de inocência de Ana: “Eu sou tão limpa da companhia de homens, como sou do pecado... Como eu sou clara com você e a verdadeira e legítima esposa do rei.”
Alguns dias depois, Ana confortou à si mesma de que ela teria justiça, dizendo que “se algum homem me acusar, eu posso dizer ou melhor, eles não podem trazer nenhuma testemunha.” Crucialmente, na noite antes de sua execução, ela jurou estar “em perigo da condenação de sua alma”, antes e depois de receber a Eucaristia, que ela era inocente – um ato sério naquela época religiosa.
Pintura de Édouard Cibot de 1835 retrata Ana aprisionada na Torre de Londres. A rainha afirmava sua inocência até o final.(Copyright Bridgeman Art Library)
Ana não estava sozinha ao proferir sua inocência. Assim como Sir Edward Baynton colocou: “Nenhum homem iria confessar qualquer coisa contra ela, apenas Mark sobre qualquer coisa realmente.” E até mesmo Eustace Chapuys, embaixador do Imperador Romano Charles V e arqui-inimigo de Ana, finalmente concluiu que além de Smeaton teria sido “condenado sob o pressuposto e a presunção de certas indicações, sem uma prova válida ou confissão.”
Outro grupo de historiados favoreceram explicações de que Ana foi vítima de uma conspiração de Thomas Cromwell e uma facção da corte envolvendo os Seymours. Isso descansa sobre o ponto de vista de que Henry era um rei flexível, cujos cortesãos poderiam “convencê-lo” em uma ação e aconselhá-lo “de uma crise” até rejeitar Ana. Mas por que Ana e Cromwell deveriam deixar com que antigos aliados da tendência reformista cair fora? Diferentes opiniões supostamente surgiram sobre a utilização dos fundos resultantes da dissolução dos mosteiros, bem como problemas de política externa – aparentemente motivos importantes para destruir uma rainha. Foi sugerido que a facção de Cromwell queria substituir Ana por Jane Seymour. Chapuys mencionou Jane em uma carta em 10 de Fevereiro de 1536, reportando que Henry enviou-a como presente uma bolsa cheia de jóias, acompanhada por uma carta. Ela não abriu a parte, que – Ives especulou – continha uma convocação para a cama real. Ao invés disso, ela beijou a carta e devolveu-a, pedindo ao mensageiro para dizer ao rei que “ não existia tesouro no mundo que ela valorizasse mais que sua honra,” e se o rei quisesse dá-la um presente, ela implorava que fosse “um momento que Deus à presenteasse com um casamento vantajoso”. Tal resposta calculada é uma reminiscência de Ana durante seus dias de cortejo com Henry. Em resposta à timidez de Jane, foi dito que o amor de Henry por ela “maravilhosamente aumentou”. No entanto, ela foi descrita como uma moça a quem o rei "servia" – uma palavra que entregava que o rei a queria como sua amante. Existe pouca evidência de que, antes de Ana ser acusada de adultério, Henry tenha planejado fazer de Jane sua esposa. Casar-se com Jane foi, certamente, um sintoma e um produto da queda de Ana, não a causa.
A evidência central que seria o pivô de uma conspiração é uma observação feita por Cromwell para Chapuys depois da morte de Ana. Em uma carta à Charles V, Chapuys escreveu que Cromwell disse à ele “il se mist a fantasier et conspirer le dict affaire,” que foi traduzido como “ele se pôs a inventar e conspirar sobre o affair,” sugerindo que Cromwell armou tudo contra Ana. Crucialmente, entretanto, essa frase é frequentemente usada fora de contexto. A sentença anterior de que “ele mesmo [Cromwell] tenha autorizado e comissionado para o rei processar e trazer um final ao julgamento da amante, o que fez com que ele tivesse se metido em grandes problemas.” Se aceitarmos essa conta, é impossível Henry VIII da culpa – Cromwell afirmou não ter agido sozinho. Foi proposto, portanto, que Henry pediu para Cromwell livrar-se de Ana. David Starkey sugeriu que “a personagem orgulhosa e abrasiva de Ana logo se tornou intolerável para seu marido.” JJ Scarisbrick, autor do autoritativo volume sobre Henry VIII, concordou: “O que uma vez foi paixão devastadora, acabou se tornando em ódio sanguinário, por motivos que nós nunca iremos saber completamente."
Brigas de amantes
Evidência desse ponto de vista é tirado de escritos do sempre esperançoso Chapuys. Como um Católico e apoiante de Catarina de Aragão, ele se referia à ana como "a concumbina" ou "a demônia", e tinha feito afirmações amargas e condenava o relacionamento de Henry e Ana, mesmo no auge de sua felicidade no final do verão de 1533. Mas Chapuys mesmo reconheceu que Henry e Ana sempre haviam sido propensos à "brigas de amantes", e que o rei era muito "mutável".
Verdade seja dita, Henry e Ana eram diretos um com o outro: eles ficavam bravos, gritavam e ficavam enciumados. Mas eles sempre eram frequentemente descritos como "felizes" juntos; o que ainda era repetido até o outono de 1535 – e que um visitava o quarto do outro com mais frequência que qualquer outra união de Henry. Bernard descrevia o casamento dos dois como “tumultuosa relação de dias ensolarados e tempestades”.
Alguns proporam que o aborto espontâneo de um feto do sexo masculino que Ana sofreu em Janeiro de 1536 conduziu inexoravelmente sua queda. A causa foi por Henry pensar que Ana nunca iria lhe dar um herdeiro, e, com isso, considerar o fim de seu casamento? Certamente, o rei era reportado como ter mostrado “grande desapontamento e tristeza” com esta situação. Chapuys escreveu que Henry, durante sua visita aos aposentos de Ana após a tragédia, disse muito pouco, exceto: “Eu vejo que Deus não irá me dar um filho homem.”
Então Henry deixou Ana em Greenwich para convalescer enquanto ele foi para Whitehall marcar o dia do festim de St Matthew. Chapuys, em ves disso, maliciosamente, interpretou isso como uma amostra de que Henry havia abandonado Ana, “enquanto em tempos passados ele mal podia passar uma hora longe dela”. Claramente, o aborto foi um grande golpe para Henry e – ainda, mais quatro meses se passaram antes da morte de Ana, então demonstrando um link direto entre os eventos que seriam problemáticos.
Outra história, reportada por Chapuys, são frases de Henry contando à um membro da corte indefinido de que ele havia casado com “seduzido e hipnotizado por sortilèges”. Essa última palavra pode ser traduzida como 'sortilégio, feitiços, encantos', e foi o que criou a sugestão de que Ana Bolena praticava bruxarias. Ainda que esta seja uma das acusações que ela recebeu, não existem registros da acusação.
Ives, no entanto, apontou que no inglês primário, o significado de sortilèges nessa época era algo como ‘adivinhação’, uma tradução que já muda o significado do comentário de Henry. Isso poderia implicar que ele foi induzido a se casar com Ana por profecias antes do casamento de que ela lhe daria filhos, ou poderia simplesmente se referir a antiga paixão ou 'feitiço' de Henry por Ana. A ideia de que Henry tenha sido “seduzido por bruxaria” se juntou a outra teoria, de que o motivo pelo qual Ana caiu foi por causa de seu aborto em Janeiro de 1536 e que o feto era deformado. De acordo com a especialista nos Tudor, Retha Warnicke, a visão de uma “massa sem forma de carne” provou na mente de Henry de que além de uma bruxa, Ana era promiscuamente adúltera. Mas essa descrição vem de um propagandista católico, Nicholas Sander, escrevendo 50 anos depois; não existe evidências contemporâneas que provem esta teoria.
Ana recebe a notícia de sua sentença de morte em uma pintura de 1814 Pierre-Nolasque Bergeret, hoje no Louvre. (Copyright AKG)
Golpe diplomático
Um evento em Abril de 1536 sugere que, apenas semanas antes de Ana ser executada, Henry ainda estava comprometido à seu casamento. Nos meses iniciais de 1536, Henry estava aumentando a pressão de Charles V reconhecer Ana como sua esposa. Em 18 de Abril ele convidou Chapuys para a corte. Eventos naquele dia foram deliberadamente encenados: o embaixador participou em massa e, como Henry e Ana, desceu do banco real para a capela, ela parou e curvou-se para Chapuys.
A etiqueta ditava que ele retornasse o gesto – um significante golpe diplomático, porque isso implicou em reconhecimento para o embaixador e, por extensão, seu imperador. Seria, como Bernard argumentou, extraordinariamente caprichoso de Henry querer ter Ana reconhecida como sua esposa se ele já abrigava intenções de livrar-se dela logo depois.
Então não foi culpa, nem um golpe diplomático, nem o ódio de Henry por Ana que à levou a cair mas, ao invés disso, uma terrível combinação de boatos maliciosos e suas próprias indiscrições?
Um poema escrito em Junho de 1536 por Lancelot de Carles, secretário do embaixador francês, relata que uma das damas de companhia de Ana, Elizabeth Browne, foi acusada de estar solta. Ela fez a luz de sua própria culpa declarando que “era pouco em seu caso, em comparação com o da rainha”. Essas palavras teriam alcançado Cromwell que, de acordo com de Carles, reportou-as à Henry; o rei empalideceu e, muito relutantemente, ordenou-o que à investigasse. Isso certamente se aliou com a releitura de Cromwell dos eventos. De Carles adicionou uma crucial e insubstituível claúsula, de que Henry disse a Cromwell que “se o seu relatório, que eu não quero acreditar que seja verdade, for falso, você irá receber a pena de morte no lugar do.” Então Cromwell pode ter tido razões para encontrar evidências que culpassem Ana.
Dado que Ana foi acusada de conspirar para a morte do rei (a única acusação que realmente constituía em traição – adultério consensual não era coberta pela lei de traição de 1352), parecia que a evidência usada para demonstrar sua culpa foi uma conversa dela com Norris que William Kingston reportou.
Ana havia perguntado a Norris o por que de ele não ter ido adiante com seu casamento. Ele havia respondido que “he wold tary a time,” levando-a à suas fatídicas palavras: “you loke for ded men’s showys; for yf owth cam to the King but good, you would loke to have me.” Norris respondeu afobadamente – que “yf he should have any such thought, he wold hys hed war of” – provocou-a que “she could undo him if she would,” and “ther with thay felle yowt” (“assim eles caíriam”.)
Pode parecer que este ultrapassou os limites normais de "amor cortês" falando só um pouco. Mas a Lei de Traições de 1534 considerou que, mesmo imaginando a morte do rei era traidor, por isso, a conversa de Ana com Norris era culposa, descuidada e fatal - foi munição útil se Cromwell estivesse buscando por sujeira. Foi, como Greg Walker (autor de "Escrevendo sob tirania") sugeriu, não foi o que Ana fez, mas o que ela disse que a fez parecer culpada?
Quando se fala na queda de Ana Bolena, historiadores dão seus 'melhores palpites' para responder com base nas evidências disponíveis – que são demasiado escassas para serem conclusivas. Da minha parte, é o final da 'teoria arme-se' que me convence. Eu acredito que Ana era inocente, mas pega por suas palavras descuidadas. Henry foi convencido pelas acusações feitas sobre ela; foi golpe devastador da qual ele nunca se recuperou. Para Ana, claro, as consequências foram muito mais terríveis
*Artigo traduzido por Dinastias Inglesas. Texto original disponível em History Extra.
[Hoje na História] Morte de Ana Bolena
Em 19 de maio de 1536, há exatos 480 anos, Ana Bolena, segunda esposa de Henry VIII era decapitada injustamente, sob acusação de bruxaria, adultério e incesto para esconder o motivo real de seu marido a querer morta: para contrair casamento novamente com Jane Seymour e ter esperanças de conceber um herdeiro, tendo em vista que, com Ana, o único fruto sobrevivente de sua relação após alguns abortos fora Elizabeth Tudor, que mais tarde se tornaria Rainha da Inglaterra.
terça-feira, 17 de maio de 2016
17 de Maio de 1536 - O Diário de Ana Bolena
O rei foi mais uma vez misericordioso. Dispensou os meus amigos e o meu irmão do sofrimento de uma lenta agonia. Não obstante, estão todos mortos, com as cabeças separadas dos corpos, o sangue a inundar as botas do carrasco. Não me era possível ver o cadafalso da janela de minha prisão, de modo que solicitei a Lady Kingston que me levasse para ver tão monstruoso acontecimento provocado pela minha loucura. Juntou-se uma enorme multidão para assistir ao evento do dia - famílias inteiras com cestos de merenda, funcionários do governo de alta e baixa condição, dignatários estrangeiros, comerciantes que tinham fechado as suas lojas como se se tratasse de um dia festivo. O cadafalso fora erguido bem alto para que todos pudessem testemunhar a brutalidade e, assim, um por um, Norris, Weston, Breyerton e Smeaton tomaram os seus lugares. Do meu parapeito não me foi possível escutar as últimas palavras pronunciadas por homens tão corajosos, mas soube depois que nenhum deles me traíra, tendo apenas pedido que a misericórdia divina lhes permitisse morrer sem sofrimento.
Quando meu irmão George chegou ao cadafalso, fez-se um profundo silêncio. As mulheres puxavam os filhos para que não vissem um condenado por incesto. Um homem gordo olhou-o com sorriso malicioso, recordando-se talvez de como sua irmã ou filha se retorciam por baixo de seu repulsivo peso. Vi um jovem nobre que, na sua inexperiência sonhava chegar à corte, olhar aquele espetáculo, imóvel como uma pedra. De certo sentia o medo correr-lhe nas veias, ao aperceber-se claramente do perigo mortal que representava sua ansiada profissão.
Desejei desesperadamente atrair o olhar de meu irmão antes que inclinasse a cabeça, para lhe poder enviar todo o meu amor e receber o seu, para assim iluminarmos as nossas escuras viagens. Mas tinha os olhos fixos num ponto distante, os movimentos cheios de dignidade e escolhia cuidadosamente as suas últimas palavras, para que aquele ato final fosse recordado como belo e corajoso. Depois de se despedir, fez uma pausa e ergueu a cabeça para o céu azul, onde passavam grandes nuvens brancas. Recordei-me do dia ventoso em que queria arrebatar. Ah, como esse dia fora feliz e que esperanças tínhamos diante de nós. Olhei também para o céu para não o ver ajoelhar diante do carrasco. Escutei apenas a pancada surda e ouvi as aclamações daquela rude assistência. Voltei as costas, pois não desejava ver a fonte de sangue brotar do corpo de meu irmão por sobre o relvado de Tower Green. (...)
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