domingo, 22 de maio de 2016

[Artigos] O Reinado de Henry VI - O Último Lancaster

*O texto a seguir é um fragmento de meu trabalho de conclusão de curso, finalizado em Dezembro de 2015, sendo de minha total autoria. 

O Reinado de Henry VI - O Último Lancaster 
(Capitúlo 2.3, por Betina Gonçales)

Henry VI na série de TV The White Queen, da BBC.

Henry VI foi filho de Henry V com Catarina de Valois, princesa da França, o
que o tornava neto de Henry Bolingbroke. Ele ficou conhecido como O Usurpador, por ter deposto seu primo, o último rei Plantageneta, Richard II, do poder e iniciado a Dinastia de Lancaster, na Inglaterra. Henry VI tornou-se rei da Inglaterra quando ainda era um bebê, aos nove meses de idade, e, uns meses mais tarde, também virou o rei da França, o que não foi aceito pelos franceses, que coroaram Charles VII como seu rei, deixando de lado o pequeno Henry. Seu tio, John, Duque de Bedford, foi seu regente até ele atingir a maioridade. 
Em seu reinado teve fim a Guerra dos Cem Anos, deixando a Inglaterra um tanto quanto abalada com sua derrota. Henry VI não era um rei muito seguro e vivia sob a influência de seu conselho. Mais tarde, quando se casou, sua esposa, Margaret de Anjou, uma mulher extremamente ambiciosa, também exerceu grande poder sobre o marido, governando lado a lado, para não deixar claro que ela tomava as decisões sobre o reino.
Quando o rei começou a apresentar sintomas de insanidade mental, os nobres já estavam preocupados com o destino da Inglaterra, assim como não estavam contentes em uma mulher tomar todas as decisões e estar envolvida com as políticas do país, enquanto o marido não contestava:
Ele tornou-se completamente impotente, sem juízo e sem noção do mundo ao seu redor, ao ponto de vazio total. Ele não reconhecia ninguém . Ele não podia falar ou responder as questões de nenhuma forma. Ele não podia se alimentar, nem mesmo limpar a si mesmo, por não ter mais o controle de seus braços ou pernas e ainda nem podia manter sua cabeça erguida. Ele não tinha nenhuma noção do tempo. Nenhum médico poderia despertá-lo. Nenhum medicamento podia estimulá-lo. Seu avô, Carlos VI da França, também tinha sofrido numerosos ataques de loucura, mas, ao passo que a loucura de Charles o levou a gritar de dor, esfregar-se em seu próprio lixo e correr demente através dos palácios reais, Henry era simplesmente mudo e inerte: realmente um nada (JONES, 2014, p. 237)
Com isso, iniciou-se uma conspiração contra o rei, liderada por Richard de York, que foi escolhido regente de Rei Henry, tendo em vista a impossibilidade deste de tomar qualquer tipo de decisão. Margaret de Anjou, que estava grávida, deu à luz a um menino naquele ano de 1453, em outubro, nasceu o Príncipe de Gales, mais conhecido como Edward de Westminster, por ter nascido no Palácio de Westminster, tornando-se o primogênito do rei e herdeiro da coroa. Existiam boatos naquela época de que Edward era um bastardo, ou seja, filho ilegítimo de Margaret de Anjou com um amante, logo que acreditavam ser o rei incapaz de gerar um herdeiro devido às suas doenças nervosas. Entretanto, ninguém jamais comprovou tal boato porque Margaret, apesar de todos os seus defeitos visíveis, nunca foi vista com amantes, nem deixou claro que possuía algum naquela época. Tão pouco Henry VI se importou com isso, não deixando de reconhecê-lo como seu único e verdadeiro herdeiro. Entretanto, os York estavam decididos em declarar o Príncipe Edward como filho ilegítimo e assumir o poder de regência com a loucura do rei e, mais tarde, quando esse falecesse, assumissem o poder pelo fato de o rei não possuir herdeiros, como antes já havia acontecido na história dos Plantagenetas, quando Henry Bolingbroke roubou a coroa dos Plantagenetas e iniciou a dinastia Lancaster. O fato de o príncipe de Gales ser possivelmente um herdeiro Lancaster legítimo ao trono não impediu que os York continuassem conspirando contra o rei e, mais tarde, dessem o golpe que o tiraria do poder e desencadearia a guerra civil que ficou conhecida como A Guerra das Rosas. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARPENTER, Christina. The Wars of the Roses: Politics and Constitution in
England, C.1487–1589. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.

FUNCK, Élvio. Breve história da Inglaterra. Porto Alegre: Editora Movimento, 2012.

HICKS, Michael. The Wars of the Roses (1455–1485). Wellingborough: Osprey
Publishing, 2003.

JONES, Dan. The Plantagenets: The kings who made England. New York:
Penguin Group, 2014.

______. The Wars of the Roses: The of the Plantagenets and the rise of the
Tudors. New York: Penguin Group, 2014.

WEIR, Alison. Lancaster and York. New York: The Random House Publishing
Group, 1995.

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